Perguntam-me muitas vezes como surgiu a ideia de ser palhaço. Não nasci no circo, mas sinto que o circo sempre esteve dentro de mim. Há coisas que se sentem e são difíceis de explicar.
Quando eu era muito pequeno, talvez com 2/3 anos de idade, havia um terreno junto à minha casa onde é hoje o tribunal de Cascais. Passava por lá todos os dias e todos os dias estava igual, até que um dia encontrei por lá um gigante e deslumbrante chapitô cheio de luz e de magia. Não sei ao certo o que senti naquele momento, mas era como se algo chamasse aquela tão inocente criança que eu era. Naquele momento, algo despertou em mim. Os meus pais, nessa semana, levaram-me três vezes a assistir ao espetáculo de circo! A partir daí, a máscara de Carnaval esteve sempre escolhida. O fascínio e a chama desta arte permanece em mim até hoje.
Guardo com carinho esta foto em que estou ao lado do primeiro grande e mediático palhaço português, o Croquete, na festa de Natal da empresa do meu pai em Dezembro de 1996. Os momentos do passado têm o peso e a importância que lhes damos. Mal sabia o Croquete o que estava a fazer quando me tornou rei e colocou uma coroa na cabeça. O certo é que eu era daquelas crianças que nunca era escolhida para nada… Mas naquele dia… foi diferente.
Hoje tenho a consciência de como tocamos as crianças e as levamos para um mundo mágico de fantasia.
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